"Respeita as travas”: sobre transAções e transVivências
Aqui, Rafa Kennedy nos mostra a seleção de ações do coletivo que ela faz parte, o Ateliê TRANSmoras. Fundado em 2013 pela estilista e artista Vicente Perrotta, o ateliê está localizado na Moradia Estudantil da Unicamp, sendo um espaço de residência artística e centro de convívio de diversas pessoas e grupos, entre universitários, artistas trans e LGBTQIA+, pesquisadores, líderes comunitários e jovens trans do interior de SP com vistas ao ingresso na UNICAMP. O carro-chefe do Ateliê TRANSmoras é o oferecimento de cursos e oficinas de corte, costura, modelagem, criação e percepção na produção da moda com ênfase em reaproveitamento de materiais têxteis e ressignificação do impacto da estética hegemônica estrutural imposta pela indústria. O grupo também desenvolve debates e encontros temáticos onde se discute temas relacionados ao universo LGBTQIA+ e direitos humanos. Este projeto existe desde 2013 como um Ateliê e a partir de 2017 se organiza como Coletivo TRANSmoras. Desde o princípio este coletivo se organiza para produzir arte e conhecimento e realizar eventos com intuito de educar a sociedade sobre as opressões cotidianas sofridas por travestis, pessoas trans, pessoas negras e pessoas soropositivas, além de apoiar a produção artística e intelectual desses grupos historicamente oprimidos. Entre os trabalhos do Ateliê estão a “Semana da Ressignificação”, em 2017 e 2018 com debates, rodas de conversa e apresentações artísticas transvestigêneres. Produção do desfile-performance da Vicente Perrotta na Biblioteca Mário de Andrade durante a Virada Cultural de São Paulo 2019. Oficina de Ressignificação em diversas unidades do SESC São Paulo, compartilhando e questionando moda, consumo e opressões por meio do corte e costura. O Ateliê também participa de feiras e exposições artísticas onde leva a produção dos artistas residentes para divulgação e comercialização com objetivo de gerar renda e visibilidade, além de contribuir para a educação de pessoas cisgêneras acerca das questões pautadas pelo coletivo. Na web, o Ateliê possui um canal no YouTube, página no Facebook, Instagram e blog no Medium,as ações presenciais são documentadas e promovidas na web, para alcançar o maior número de pessoas, transformando também o Ateliê em um ponto de referência trans e cyberativismo no interior de São Paulo. Dos retratos de artistas trans, registros de ações em conjunto com lideranças comunitárias e políticas e artivistas trans, dos registros dos eventos na Moradia e no campus da Unicamp, das imagens do protagonismo trans na construção da Parada da Diversidade de Barão Geraldo às fotografias das ações junto à Comunidade do Menino Chorão, esta seção aborda com orgulho as vidas trans a partir das transAções do Ateliê TRANSMORAS. A mensagem é enfática: “Para que não esqueçam!”. @atelietransmoras